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Cooperação técnica pode avançar a transferência de tecnologias

Futura parceria fará parte de um acordo multilateral focará diretamente os pequenos e médios produtores

Técnicos da Organização Internacional Ítalo-Latino Americana (IILA), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENA)-Colômbia e da Embrapa Meio-Norte discutiram nesta segunda-feira 21 a viabilidade de parceria entre as instituições, especialmente sobre ações de transferência de tecnologia para a agricultura do território do Projeto Paz Colômbia, uma das várias iniciativas de sucesso entre os colombianos.

Essa futura parceria fará parte de um acordo multilateral focará diretamente os pequenos e médios produtores em três territórios colombianos: Huila, Antioquia e Cauca. Anísio Lima, chefe-geral da Embrapa Meio-Norte, abriu a reunião apresentando as diferentes expertises técnicas e as temáticas da Embrapa Meio-Norte, como Sistemas de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta, Sisteminha/Embrapa/UFU, melhoramento genético de plantas e animais e conservação e uso de raças nativas. Entre os trabalhos de destaque, ele citou o programa nacional de melhoramento genético do feijão-caupi, ações com a apicultura, conservação genética de raças nativas e alimentos biofortificados. “Precisamos avançar com nossos co-irmãos da América Latina, transformando realidades a partir do campo, com sustentabilidade”, disse.

Cristian Brisacani, funcionário do Serviço de Cooperação Italiana do IILA, explicou o papel e o funcionamento da organização intergovernamental que reúne mais de 26 países da Europa e América Latina e detalhou o projeto Paz Colômbia. “Trabalhamos com parceiros, prefeituras, Universidades, uma política pública aplicada em nível territorial. Temos um pesquisador liderando o projeto e essa troca de experiências é muito significativa por desenvolvermos cooperação horizontal. Um intercâmbio para fortalecer a cooperação entre Itália e países da América Latina é muito bem-vinda”, enfatizou.

“Que possamos avançar, pois vemos com muitos bons olhos essa parceria para levarmos impacto aos campos colombianos”, falou Cândido Herrera González, diretor regional do Centro Agropecuário da Colômbia. “Com essa cooperação internacional podemos contribuir para melhorar os indicadores locais na Colômbia. É importante fazer a transferência de tecnologias em nível territorial, pois a pesquisa é parte desse desenvolvimento”, garantiu Nicola Michelon, coordenador nacional do projeto Paz Colômbia.

Já Adão Cabral, analista da Transferência de tecnologia da Embrapa Meio-Norte, apresentou as principais experiências do interior do Piauí e do Maranhão e o potencial nutricional para uso na alimentação humana e animal. Na apresentação da batata-doce, ele explicou que a coloração alaranjada indica altos teores de betacaroteno e que a cultivar Beuregard, a primeira cultivar introduzida no Brasil, tem alto potencial produtivo. “Mas precisa observar o ponto de colheita em função do tamanho da raiz”, disse, ao explicar as peculiaridades da cultivar. Segundo Cabral, o projeto Biofort, desenvolvido na região Meio-Norte do Brasil, sempre buscou o envolvimento de comunidades e na multiplicação de técnicos que pudessem disseminar o conhecimento para os seus locais de origem.

“No Piauí, envolvemos a rede das EFAs- escolas família-agrícola”, explicou. O projeto trabalha com irrigação de precisão por gotejamento em pequenas áreas com grande perfomance produtiva. “ Lembrando que as cultivares BRS Aracê, Tumucumaque e Xique-Xique apresentam altos teores de zinco e ferro. A Tumucumaque, por exemplo, tem cozimento em torno de 13 minutos, uma característica que agrada ao mercado consumidor. Já a Aracê tem o apelo da coloração que a diferencia”.

Waldemir Queiroz apresentou os princípios do sistema integrados de alimentos, o Sisteminha, particularidades e potencialidades da tecnologia, bem como suas formas de implementação junto aos agricultores familiares e suas vantagens na segurança alimentar. Já o pesquisador Francisco Seixas, mostrou o vigor do caju como a BRS 226 e culturas como acerola com potencial produtivo para a Colômbia.

“Muito importante essa proposta de convênio com a Embrapa. É uma temática muito importante para nossa região a fim de promover o desenvolvimento regional”, falou Miguel Alírio Argote – coordenador de formação profissional do Centro Agropecuário da Colômbia, Regional Huila,

Ao encerrar a reunião, o gestor da Embrapa Meio-Norte lembrou a importância da cooperação e o grande interesse social e comunitário envolvidos na consolidação desse convênio. “Quero agradecer e dizer que estamos à disposição para que venhamos somar nossas expertises e conhecimentos e mudar a realidade de muitas pessoas”, disse. Uma equipe destacada seguirá cuidando dos detalhes jurídicos- burocráticos para a realização da cooperação.

A IILA é um órgão intergovernamental, com sede em Roma, instituído em 1966, com o nome de Instituto Ítalo- Latino Americano, para ser uma ferramenta de estímulo e fortalecimento das relações entre a Itália (a Europa) e a América Latina. Os estados membros da Organização são a Itália e as 20 Repúblicas da América Latina (Argentina, Estado Plurinacional de Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e República Bolivariana do Venezuela).