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Desafios e soluções para o mercado de fertilizantes – Parte I

Desafios e soluções para o mercado de fertilizantes - Parte I

Inicio aqui uma série de publicações sobre o mercado de fertilizantes. Abordo hoje a dependência por importações, o aumento dos preços e a questão logística.

Anunciei há alguns dias nas redes sociais a intenção de discutir mais sobre o tema: “ Problemas e soluções para o mercado de fertilizantes”. Através de posts ou artigos, levantaremos um panorama geral do mercado deste insumo no país, e possíveis alternativas que poderão ser soluções para atender a demanda do agronegócio.

Analisando o mercado de fertilizantes no Brasil através das estatísticas da ANDA, que é a associação da classe de adubos no Brasil, o aumento relativo no uso de fertilizantes no país é maior do que o resto do mundo. E isto vem se repetindo nos últimos 20 anos, acentuando-se cada vez mais a diferença. Podemos dizer que o Brasil utiliza cada vez mais fertilizantes do que os países do resto do mundo.

Como o Brasil consome cada vez mais fertilizantes, aumenta a necessidade de importações do insumo, visto que a produção interna não é capaz de suprir a demanda. Dados da ANDA mostram que em 2017 o Brasil consumiu 34 milhões de toneladas de fertilizantes, sendo que importou 75% desta quantidade (25,5 milhões de toneladas), e produziu 8,6 milhões de toneladas (25% do consumo).

Conforme informações do caderno de Agronegócios da Gazeta do Povo, o fertilizante entra por 8 portos no país, e para chegar ao produtor, precisa ser transportado a uma distância de até 2 mil quilômetros.

Os adubos para serem entregues nas principais regiões produtoras do país dependem do transporte rodoviário. Com o tabelamento dos fretes, tem menos caminhões nos portos, e isto está atrasando a entrega de fertilizantes para os produtores rurais. Menos adubo à disposição do produtor, é certeza de aumento do preço do insumo, sem contar os riscos de uma possibilidade no atraso do plantio por conta da falta do fertilizante nas propriedades. Segundo perspectivas para commodities – 3º trimestre de 2018, elaborado pela consultoria FC Stone, é que o aumento dos custos de produção dos fertilizantes e a baixa disponibilidade do mercado internacional, combinando com o cenário brasileiro, provocaram o avanço nos preços dos adubos no país.

Constatamos uma elevada dependência de importações de fertilizantes e também desafios na logística de entrega para as principais fronteiras agrícolas no país, sem contar os preços praticados atualmente no mercado. Diante de tantos desafios, podemos encontrar as oportunidades também. Portanto, nos próximos posts abordaremos mais sobre desafios e oportunidades no mercado de fertilizantes no Brasil.

Fonte: José Luís Bassani