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Sinais de Alerta na Saúde Financeira de sua Propriedade Rural

Sinais de Alerta na Saúde Financeira de sua Propriedade Rural

Sinais de Alerta na Saúde Financeira de sua Propriedade Rural

Quem já não presenciou ou ouviu falar sobre a desestruturação ou quebra de uma grande fazenda, com uma grande operação agropecuária, muitas vezes referencia na região, com um nome tradicional construído ao longo dos anos. Ou até o mesmo, ocorrendo com uma grande indústria do segmento, seja de processamento, beneficiamento ou comercialização de produtos agrícolas ou pecuários.

Essas noticias, geralmente pegam todos de surpresa e são recebidas sempre com muita preocupação por toda a cadeia produtiva envolvida, isso se dá pois o sentimento comum é que empresas consideradas de grande porte, com sede administrativa, unidades de beneficiamento, operações financeiras expressivas inclusive com exportações, maquinários e implementos potentes, e que detém um amplo quadro de funcionários, estejam mais “blindadas” ou menos sujeitas as variações do mercado do que empresas menores. E que sua capacidade de elaborar estratégias, seja do ponto de vista de análise de riscos, capacidade de pagamento, capacidade de reinvestimento, fluxo de caixa disponível, custo de produção, entre outros sejam muito bem dimensionados.

Mas isso é um grande erro de perspectiva que ocorre diariamente em várias propriedades rurais de pequeno e médio porte também, mas que não são tão evidenciadas como quando ocorre em grandes operações, mas que da mesma forma levam produtores a terem que desfazer de suas propriedades, assumirem dividas enormes a juros exorbitantes ou quando não são necessárias medidas tão extremas levam a uma atividade que opera em prejuízo ou muitas vezes, e ainda pior, que parecem estar tendo algum lucro mas na verdade estão em um rápido processo de perda de capital e desvalorização de patrimônio.

Esse processo geralmente não ocorre da noite para o dia, o grande problema geralmente é a falsa sensação que o negócio esta em seu curso normal ou até progredindo, o aumento da área cultivada, a aquisição de uma máquina ou implemento novo, tudo isso ocorrendo ao mesmo tempo que a capacidade de pagamento diminuem, e o grau de endividamento aumenta a níveis não suportados pela produção. Essa análise desviada, ocorre muitas vezes pois a empresa consegue realizar o giro das contas fundamentais ao funcionamento do negócio como mão de obra, energia, nutrição, compra de insumos e até investimentos, mesmo com dificuldade, porém ao custo de uma inadimplência substancial de outros compromissos que não são tão primordiais no presente, aumentando as suas contas vencidas, que lhe consumirão cedo ou tarde o capital e impossibilitará um novo giro da atividade.

  1. O primeiro grande erro é a associação de que o aumento quantitativo de (área, cabeças, benfeitorias, etc) sejam diretamente proporcional a saúde financeira da empresa.
  2. O segundo erro é imaginar que o único caminho para reverter um prejuízo seja a continuidade da produção, com novos financiamentos a qualquer custo e condição.
  3. O terceiro erro é a utilização de recursos, que deveriam estar comprometidos com obrigações financeiras, para a realização de investimentos de médio ou longo prazo.
  4. O quarto erro é a mensuração do negócio pela receita bruta, principalmente para negócios que atingem um número muito alto, isso pode causar uma anestesia e sensação de que a estrutura é inabalável e os custos sempre serão abaixo das receitas.
  5. O quinto erro é a supervalorização da parte técnica à parte financeira, associada a falta de um planejamento consistente, e que seja revisado sempre que fatores significantes a seu cumprimento sejam apresentadas.

Vale Lembrar:

Empresas que extrapolam a média e conseguem performar no azul por diversos ciclos de produção, em sua grande maioria, conseguiram ao longo do tempo serem muito eficientes em estruturar, gerenciar e valorizar o seu capital financeiro, acima ou no mesmo nível de sua operação de campo. Intercalando entre momentos de agressivo investimento e conservadorismo estratégico.
A receita do negócio pode ser dar pelo aumento da quantidade produzida ou pelo maior valor pago pelo mercado da unidade produzida, porém e tão importante é: a diminuição do desperdício, maximização dos recursos de produção, decréscimo de pagamentos de juros, direcionamento estratégico da produção.

A analise de seu empreendimento deve ser realista e levar em consideração informações financeiras, mercadológicas, técnicas/produtivas, toda e qualquer tipo de interpretação que tendenciosamente ou não, levem a uma analise superficial e que demonstre apenas parte do todo pode ser altamente prejudicial a condução e longevidade de seu empreendimento.

Autor: Túlio Soares Lelis – Blue Fram